segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

momento de reflexão

              “Uma senhora muito devota e já bastante idosa estava triste, pois, já estando seus filhos criados morando longe e seu marido falecido, iria passar o natal sozinha.
Em suas orações ela se lamentou com Deus, que mais uma vez estaria sozinha no natal. Logo que terminou suas preces noturnas e foi dormir, em seus sonhos teve uma visão onde Cristo dizia que na noite de natal viria a sua casa para Cear com ela. A mulher levantou-se radiante e se pôs a preparar a ceia de natal para receber o seu Senhor.
          Ao cair da noite, ás dez horas, ela ouve batidas a sua porta e ao abrir se depara com um velho mendigo que lhe pede um pouco de pão, para que não passe o natal com fome.
-          No momento eu estou esperando uma visita muito importante, mas se  voltar após a meia noite e eu lhe darei uma pequena ceia de natal.
E com essas palavras despediu o velho mendigo.
Já muito ansiosa, ouve as onze oras outra batida a sua porta e corre para atender. Ao abrir se depara com um menino sujo e maltrapilho que lhe pede um pouco de comida.
-          Ah minha criança, volte após meia noite que eu lhe darei comida e roupas quentes dos meus netos, mas agora eu estou esperando uma visita muito importante e não posso te dar a atenção devida.
  Fechando a porta já bem ansiosa e nervosa pois já perfaziam quase onze horas, ela sentou-se a mesa e ficou esperando a ilustre visita de seu Senhor, que com certeza não tardaria a vir. Principalmente por ela que sempre fora uma mulher caridosa, generosa e de coração puro. Ia a missa todo domingo, dava esmolas e rezava todas as noites. Estava nesses pensamentos quando ouviu batidas a porta. O relógio já marcava dez para meia noite. Com certeza era Jesus que batia a sua porta. Qual foi sua decepção ao abrir a porta e constatar que era apenas uma mulher, já em estado de gravidez avançada.
-          Boa noite minha boa senhora, meus pais me puseram para fora de casa e gostaria de saber se a senhora poderia me abrigar e ao meu filho apenas por esta noite. Eu não gostaria que ele ficasse na noite de natal ao relento.
-          Minha menina, com certeza posso abrigar você mas poderia apenas voltar após meia noite, pois estou esperando uma visita importantíssima para mim. Prometo que após, vou lhe ajudar de todas as maneiras possíveis mas nesse momento estou impossibilitada, pois preciso esperar essa pessoa e não poderia lhe dar atenção.
E com essas palavras despediu a menina na noite de natal para poder receber sem constrangimento o seu senhor. Afinal o que ele iria pensar? Ele disse que iria cear com ela, e se ela recebesse outros ele poderia não vir.
A mulher voltou então a mesa esperando seu Senhor chegar. O tempo passava e nada, nenhuma batida a porta. O relógio anunciou meia noite, nenhuma batida a porta. Uma, duas, três horas da manhã. A velha adormeceu a mesa e só despertou no dia seguinte, sem que a ceia tivesse sido tocada.
Muito amargurada com o fato, correu a igreja cheia de lágrimas aos olhos, sentindo que fora traída, e esquecida pelo seu Senhor.  Mas ao entrar na igreja, e pôr seus joelhos ao chão reclamando, ouviu a seguinte resposta:
-    Filha, por três vezes estive a sua porta e você não me deixou entrar. Por três vezes eu lhe pedi comida e não partilhaste da sua ceia. E ao levar minha mãe junto comigo, tu não a reconheceste e nem se compadeceu de nós. Por tres vezes eu estive em sua casa, mas, por causa do seu orgulho por tres vezes você fechou a porta de seu coração para mim”. 

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